21/09/2008 - 08h29
da Folha Online
O pacote de ajuda ao setor financeiro que o governo americano tenta aprovar, de US$ 700 bilhões, prevê um aumento do limite de endividamento público do país de US$ 10,6 trilhões para US$ 11,3 trilhões, informa Sérgio Dávila em reportagem da Folha deste domingo (íntegra disponível para assinantes do jornal e do UOL).
Espera-se que o projeto entre em discussão já no fim-de-semana, diz o texto. "A intenção do governo é que ele seja votado antes do recesso eleitoral do Congresso, previsto para começar na sexta-feira."
O valor da dívida hoje é de US$ 9,6 trilhões, com um limite estabelecido em US$ 10,6 trilhões. "O documento, de duas páginas e meia, foi enviado aos líderes dos comitês financeiros do Congresso na noite de sexta. Nele, o Tesouro norte-americano pede que seja autorizado a comprar papéis relacionados a hipotecas que tenham sido emitidos até 18 de setembro de 2008 de toda instituição financeira que tenha sede nos EUA."
O presidente dos EUA, George W. Bush, declarou ontem que o plano de seu governo para pôr fim à crise financeira é "grande porque o problema é grande". "Direi a nossos cidadãos e continuarei lembrando a eles que o risco de não fazer nada é muito maior que o risco do pacote", acrescentou Bush.
O projeto estimula a compra de ativos apenas de empresas norte-americanas e dá ao Departamento do Tesouro imunidade legal contra processos judiciais. Não ficou claro como o governo administrará os ativos adquiridos, mas o secretário do Tesouro, Henry Paulson, terá a autoridade de intervir em instituições financeiras privadas para executar a operação ou de criar outras instâncias para adquirir ativos hipotecários e emitir dívida.
O Departamento do Tesouro, o Fed (Federal Reserve, o banco central americano) e o Congresso dos EUA decidiram lançar o pacote na quinta-feira (18).
O estopim da crise financeira ocorreu na segunda-feira (15) com a quebra do banco de investimentos Lehman Brothers; a instituição pediu concordata, devido à falta de crédito junto a outras instituições bancárias e à recusa do governo em destinar recursos para reforçar seu caixa. Além disso, o Merrill Lynch foi vendido ao Bank of America e a seguradora AIG recebeu ajuda de US$ 85 bilhões do Fed. Tal seqüência de eventos deixou os investidores assustados durante toda a semana.
O banco de poupança e investimentos ("savings & loans") Washington Mutual também foi alvo de atenção dos investidores: o banco estaria sendo objeto de consultas da parte do governo a outras instituições financeiras sobre uma eventual aquisição. O Morgan Stanley também pode ser o próximo a ser absorvido --Wachovia (quarto maior banco dos EUA), Citigroup e HSBC já teria mostrado algum interesse na fusão.
Seis dos principais bancos centrais do mundo anunciaram nesta semana uma ação coordenada para enfrentar a crise; o Banco do Japão, o Fed, o BCE (Banco Central Europeu), o Banco da Inglaterra (BC do Reino Unido), o SNB (Suíça) e o Banco do Canadá injetaram na economia mais de US$ 200 bilhões.
No início deste mês já havia sido anunciado um pacote de US$ 200 bilhões do Tesouro em ajuda à Fannie Mae e à Freddie Mac, que corriam o risco de quebrar.
quinta-feira, 16 de outubro de 2008
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