sexta-feira, 14 de novembro de 2008

A PETROBRAS E O BRASIL

Comentário do Dia » 14.11.08

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Arthur Chagas Diniz*

A Petrobras é bem um modelo reduzido do Brasil. Quando o mundo crescia a taxas extremamente elevadas e o Brasil a taxas iguais à média, Lulla ampliou de forma extraordinária o número de funcionários públicos, o número de cargos de confiança – leiam-se: petistas e sindicalistas – e aumentou os salários em generosas percentagens. O mundo mudou, a arrecadação certamente cairá, mas o Presidente, especialmente em ano eleitoral, não vai reduzir os reajustes. Obviamente vamos ter uma combinação de dois fatores:

· Aumento nos impostos e taxas
· Redução no volume de investimentos

O último balanço da Petrobras, uma caixa preta de difícil acesso, mostra que a empresa teve um aumento de mais R$2,4 bilhões em despesas operacionais no terceiro trimestre**. Tal como o País, a Petrobras pensou um mundo com preços de petróleo perto dos US$200/barril. Esta empresa que, por vários anos, destinou volumosos recursos para cobrir os déficits de seu generoso fundo de pensão, ignorando os acionistas privados, agora anuncia que vai adiar os investimentos no pré-sal.

Se tivéssemos tido menos empáfia, o Tesouro teria recebido um volume bem maior de royalties porque, àquela altura, os investidores estrangeiros iriam brigar para perfurar o pré-sal. A mudança nas regras do jogo sugeridas envolvia, até mesmo, a criação de uma empresa 100% estatal para administrar as jazidas do novo sheik do petróleo.

É preciso prudência para não criar ou elevar despesas fixas quando o negócio está indo bem. A Petrobras e o Brasil incorreram no mesmo erro: o de avaliar um negócio pelo seu melhor momento. As ações da Petrobras caíram, em um só dia, 13,75% do seu valor.

** Folha de S. Paulo / Dinheiro, p. 4B, 13.11.08.
* Presidente do Instituto Liberal

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